O que é o DISC?
Artigo é da autoria de Emília Alves, Business Coach da ActionCOACH Lisboa.
O que é o DISC?
Hoje queria partilhar consigo algumas reflexões sobre um teste, que ainda que pareça estar agora na moda em Portugal, tem dezenas de anos e é muito usado desde os anos 80 em recrutamento, vendas, ou melhor, como ferramenta para comerciais, e também para alinhamento de equipas.
Perguntando ao Google, encontramos a seguinte definição na Wikipedia:
“DISC é um modelo baseado no trabalho do Dr. William Moulton Marston (1893-1947) para examinar o comportamento dos indivíduos em um determinado ambiente. Para Marston, existem quatro tipos básicos de comportamentos previsíveis observados nas pessoas e tais respostas comportamentais ocorrem a partir da combinação de duas dimensões: uma interna (referente à percepção do poder pessoal no ambiente) e outra externa (percepção da favorabilidade do ambiente). “
Avaliação DISC é uma teoria postulada pelo psicólogo Dr. William Moulton Marston em seu livro “Emotions of Normal People”[1] (1928), publicado pela primeira vez em português no ano de 2014, com o nome de “As Emoções das Pessoas Normais”, que determina alguns padrões de comportamento. A partir desta teoria, foram elaboradas ferramentas para análise de perfil comportamental, sendo o primeiro instrumento de mensuração (Activity Vector Analysis) desenvolvido por Walter Clarke (1945). Tais avaliações consideram comportamentos ou emoções observáveis, não abrangendo, portanto, a personalidade dos indivíduos.
De realçar o seguinte:
- não é um teste de personalidade,
- é feito pelo próprio e tem uma duração de cerca de 15 a 20 minutos, no máximo,
- obtém-se imediatamente o relatório; e
- diz-nos como podemos melhorar o nosso comportamento e a nossa comunicação em relação ao outro, no verdadeiro sentido da alteridade, para melhor interagirmos com ele, de uma maneira mais fluída e eficaz.
Portanto, o DISC tem quase 100 anos e é um perfil comportamental e de modo comunicacional, que nos ajuda a conhecer as nossas preferências, tanto na nossa zona de conforto; o nosso estilo natural, como em situações profissionais e de stress, pelo que pode variar com o passar do tempo, com o acumular de experiência e com a nossa maturidade e, por maioria de razão, quando passamos de uma cultura ofganizacional a outra ou mesmo quando mudamos de funções…. Daí a minha recomendação que sempre que isto acontece devemos fazer o teste; e no mínimo com uma periodicidade bi-anual.
Então porque é que eu afirmo que o disco é uma ferramenta nos processos de recrutamento, para comerciais e para alinhamento de equipas?
Um processo de recrutamento visa analisar a adequação do indivíduo às funções que irá desempenhar e ao ambiente de trabalho; cultura organizacional, em que se vai enquadrar; e se durante muito tempo o mais importante eram as qualificações técnico-profissionais, e as escolhas/universidades que tinha frequentado, o foco tem derivado para a atitude individual, posicionamento face a si próprio e aos outros, e ao alinhamento dos seus valores com os valores da cultura organizacional da empresa onde vai trabalhar; evitando que se continue a recrutar por competências e a despedir por atitude e comportamentos desajustados. Assim, ter um perfil DISC é imprescindível para o processo de recrutamento e para o processo de indução na empresa/departamento, linha de reporting e com os stakeholders com quem irá interagir diariamente (clientes, fornecedores, etc).
Mas aqui pergunta-me: mas porquê nas vendas?
Pelo que acabo de lhe dizer; ou seja, conhecendo as suas preferências e percebendo as dimensões do perfil DISC, consegue adaptar o seu comportamento e a sua comunicação aos indivíduos com quem vai relacionar-se; mais rápido ou mais lento, por exemplo; mas orientado para os resultados ou para o processo que o vai levar aos resultados…
E por fim, porquê no alinhamento das equipas?
Exatamente pela mesma razão: a percepção do perfil do nosso interlocutor e o conhecimento do nosso próprio perfil, é um elemento facilitador no alinhamento de uma equipa face à sua liderança, ao seu objetivo comum, ao cumprimento das regras do jogo e de alinhamento do plano de acção e também no apoio ao risco e à inclusão e envolvimento de todos os elementos da equipa. Acolhemos mais facilmente aqueles com quem melhor e mais facilmente comunicamos e interagimos, porque numa equipa não temos que ser amigos, mas temos que ser aliados na prossecução de mais e melhor para todos, acrescentando valor, criando sinergias.
E agora não lhe apetece conhecer o seu perfil DISC?
E já pensou como este conhecimento lhe pode ser útil nas suas relações familiares, com os seus amigos e nos seus grupos de pertença?
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